segunda-feira, 30 de março de 2009

Marisa Monte - Rosa


E um belo dia lá me emprestaram uma cassete com músicas da Marisa. Tinha gravado o álbum Marisa Monte do qual não me agradei por aí além. Tirando o Xote das Meninas que passava a toda a hora em todas as rádios, as outras, quase metade em inglês, não me brilharam.
Mas depois vieram os novos discos e acabei por ser um grande fã. Já me recordo de ouvir vezes sem fim este tema Rosa. Uma letra e uma música muito únicas, em que o poema possui vocábulos incríveis e a melodia é cheia de modulações doces.
Acredito que as versões antigas não me soem da mesma maneira do que na forma e na voz da Marisa. É um dos mistérios das canções: reencarnam em              Marisa Monte          formas, em pessoas e em nós.

Aqui pode-se escutar a versão de estúdio e no vídeo uma versão ao vivo (truncada), em que a Marisa canta, dramatiza e mostra-se diva.

 Marisa Monte (Pixinguinha / Otávio Souza) - Rosa


Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do Amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor     
Se Deus me fora tão clemente
Aqui neste ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rosea cruz
Do arfante peito teu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral Oh alma perenal
Do meu primeiro amor, Sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração Sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo o resplendor da Santa Natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh! flor meu peito não resiste
Oh! meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção de tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos  
Hei de envolver-te até meu padecer   
De todo fenecer
(Pixinguinha/Otávio de Souza)

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