quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ney Matogrosso, Pedro Luís e A Parede -
Noite Severina

Quantas infinitas experiências a poesia nos proporciona nas palavras portuguesas? E a música, as vozes e os instrumentos? Tudo a dizer que a boa existência humana é de valor infinito. Que palavras este poema traz?

Corre calma severina noite
De leve no lençol que te tateia a pele fina
Pedras sonhando pó na mina
Pedras sonhando com britadeiras
Cada ser tem sonhos à sua maneira
Cada ser tem sonhos à sua maneira
Corre alta severina noite
No ronco da cidade uma janela assim acesa
Eu respiro teu desejo
Chama no pavio da lamparina
Sombra no lençol que te tateia a pele fina
Sombra no lençol que te tateia a pele fina
Ali tão sempre perto e não me vendo
Ali sinto tua alma flutuar do corpo
Teus olhos se movendo sem se abrir
Ali tão certo e justo e só te sendo
Absinto-me de ti, mas sempre vivo
Meus olhos te movendo sem te abrir
Corre solta suassuna noite
Tocaia de animal que acompanha sua presa
Escravo da sua beleza
Daqui a pouco o dia vai querer raiar
(Lula Queiroga/Pedro Luís)

Sem comentários: