sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Chico Buarque - Construção

A primeira música interpretada pelo Chico que me recordo de ter escutado é a Construção. Passava sempre no programa Quando o Telefone Toca. Como era muito longa por vezes era "abreviada" na parte final, sobretudo se era a última do programa. Como passava tantas vezes enjoei-a. Se não fosse o Chico tê-la regravado com outro ritmo hoje não a conseguia ouvir. É giro tentar perceber o que faz a diferença entre novo e velho.
Esta é a VERSÃO ANTIGA (São 6 minutos de musica e de fotos antigas do Chico, boas para fãs)

Pelo meio encontro uma VERSÃO INTERMÉDIA com a letra modificada (Vídeo com imagens de períodos politicamente conturbados)

A nova está neste vídeo abaixo.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Maria Bethânia e Chico César
Onde Estará o Meu Amor?

Hino nocturno para as passoas que procuram o seu amor.

Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você...
Onde estará o meu amor?
Será que vela como eu?
Será que chama como eu?
Será que pergunta por mim?
Onde estará o meu amor?
Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós...
Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor?
(Chico César)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Chico Buarque e Nara Leão
comentam "A Banda"

A Banda é uma das canções mais antigas das que me recordo de escutar na minha infância. Sendo de 1966 significa que eu teria 3 ou 4 anos quando a terei começado a escutar na "telefonia" em Reguengos de Monsaraz,onde nasci. Era cantada pela Nara Leão foi um sucesso enorme por cá. Tenho ideia da minha mãe a cantar e uma vaga imagem de algumas crianças vizinhas também a cantarem.
Neste primeiro vídeo abaixo temos a versão completa da canção no II Festival de Música Brasileira em 1966 e no segundo temos Nara e Chico visualizando e comentando o mesmo vídeo mas em 1982.




segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Gal Costa - De Amor Eu Morrerei

Sem palavras...

...para a flor no cabelo
...para esta voz toda
...para o registo de agudos doces
...para a expressão do rosto
...para a coragem livre de estar assim no palco
...além de Gal.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Por toda a minha vida / 7 - Sobre Nara Leão

Ao contrário do que aconteceu com a partida de Elis Regina da qual me apercebi num telejornal, não me apercebi, não sei porquê, que Nara Leão nos tinha deixado. Só passados alguns anos me lembrei de que nunca mais tinha ouvido falar dela e confirmei. Fiquei com pena mas acho que nesta semana recuperei um pouco dessa dívida.

"Sua voz quando ela canta me lembra um pássaro,
mas não um pássaro cantando,
lembra um pássaro voando"
(Ferreira Gullar)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Por toda a minha vida / 6 - Sobre Nara Leão

Discos, histórias, fotos,... ajudam a recompor a memória que temos de alguém. Os discos com as suas músicas, as suas histórias contadas pelos amigos, as fotos junto de outros artistas ajudam a encontrar a Nara Leão que foi alguém real mas sobre quem, nós, como num jogo, gostamos de lançar a nossa imaginação para depois, e assim, nos reencontrarmos.
E encontramos uma Nara que, pelo facto de ter sido artista, não se deixou afectar por isso. Dominguinhos diz-nos que ela era uma dona de casa quase comum.
Fiquei a saber que a linha dura do samba nunca aceitou muito bem Roberto Carlos e Erasmo e teve que ser Nara a quebrar esse tabu gravando algumas das suas músicas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Por toda a minha vida / 5 - Sobre Nara Leão

Musica, poesia e carinho para a filha, Isabel, nascida em Paris durante o auto-exílio:

Fiz a cama na varanda me deitei pensando em ti
Deu um vento na roseira ai meus cuidados
E eu do sono me esqueci
(...)

Postura e voz de Nara. Poesia e melodia de Chico Buarque para o filme "Quando o Carnaval Chegar" realizado pelo marido Cacá:

Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo
(...)

Descoberta do novo talento Raimundo Fagner:

Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém, fundo sem fundo

Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão

Uma parte de mim pesa, pondera
Outra parte delira

Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta

Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente

Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte linguagem
(...)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Por toda a minha vida / 4 - Sobre Nara Leão

Fico impressionado com certos acontecimentos da vida que chegam de forma absolutamente inesperada, tipo explosão, e que nos trazem resultados fabulosos, maiores em efeitos e em alcance do que se tivessem sido planeados.
Um dia, nas vésperas do Show "Opinião", Nara vê-se sem voz e na iminência de ter que cancelar o espetáculo. Mas eis que surge a ideia de convidar uma substituta, uma jovem que tinham conhecido na Bahia. Deste modo, da afonia de Nara Leão, acontece o primeiro passo público de Maria Bethânia. Podemos vê-la por uns segundos, surpreendente e quase irreconhecível, a caminho de ser a Bethânia que hoje é para nós.
Temos depois o encontro de Nara com Chico Buarque, o sucesso "A Banda", o segundo disco e o casamento com Cacá Diegues.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Por toda a minha vida / 3 - Sobre Nara Leão

Mais descobertas! Depois de estar tão ligada ao aparecimento da Bossa Nova (diziam que a Bossa nasceu em casa dela) Nara Leão corta com esse movimento e parte para outra. Outra música e outra atitude. Esse corte vai ficar ligado ao aparecimento da MPB: música brasileira popular e sofisticada. É uma Nara militante política que acompanha o período conturbado que se vivia.

Gal Costa - Índia

Lembro-me da Gal Costa desde criança. No programa "Quando o Telefone Toca" do RCP(?), que a minha mãe escutava diariamente, a Gal Costa era uma presença obrigatória cantando "Índia". Sempre. E eu gostava de ouvir enquanto brincava. E hoje ainda gosto mais. Porque admiro um poema de amor, uma melodia e uma grande voz.

Índia (J. A. Flores / M. O. Guerreiros / José Fortuna)

Índia, teus cabelos nos ombros caídos
Negros como as noites que não têm luar
Teus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse teu olhar
Índia da pele morena
Tua boca pequena eu quero beijar
Índia, sangue tupi, tens o cheiro da flor
Vem que eu quero te dar
Todo o meu grande amor
Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-te adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus
Índia, levarei saudade
Da felicidade que você me deu
Índia, a tua imagem sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Todo meu Paraguai
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Nesta gravação (abaixo) o som não está tão bom como AQUI

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Por toda a minha vida / 2 - Sobre Nara Leão

Como nasceu a canção "Lobo Bobo"? E "O Barquinho"? E como surge o termo "Bossa Nova"? Está tudo aqui. E mais ainda: o papel de síntese que João Gilberto teve naquele grupo de pesquisa musical e o encontro frutuoso entre João e Jobim. Um encontro de génios. Um encanto de músicas. Podemos ainda escutar o som original da primeira apresentação de Nara Leão em público. Que vozinha :)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Por toda a minha vida / 1 - Sobre Nara Leão

Nem de propósito. Já depois de ter colocado o 1º post, descobri este documentário sobre a Nara. Um achado. Uma pérola cheia de história e de partes de músicas, já clássicas.
Fiquei a saber que ela lançou Chico Buarque.
E o grupo a que ela pertencia? Que "inveja". Todos grandes na Bossa Nova. Gente que caminhava com o "violão" debaixo do braço. Um abraço, aquele, para todos :)

Nara Leão - Soneto

É espantoso como por vezes um poema pode continuar a fazer sentido e sentidos noutro contexto diferente daquele que o originou. Ou então é espantoso que aquilo que o poeta escritor escreveu desde si possa ser transplantado e adquira nova vida, novos sentidos, naquilo que é construido pelo poeta leitor.
O poema desta canção cantado assim pela Nara e escutado assim por nós a esta distância, parece transformar-se num cântico vindo do Além. Como uma resposta para nós. Como se ao recordarmos a sua memória, acordássemos ou invocássemos a sua presença.
Conhecia vagamente esta musica numa versão da Maria Bethânia. Fiquei a saber que a letra é do Chico Buarque.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Nara Leão e Chico Buarque - João e Maria

Esta canção prova como é possível a uma valsa com 30 anos adquirir uma dimensão moderna através de uma letra e de uma interpretação mais recentes.
"João e Maria" pertence ao álbum Os Meus Amigos são um Barato de Nara Leão.
Estava, numa cassete áudio Philips(?), em casa do meu tio quando eu teria à volta de 14 anos (1977).
Dei com ela quando numa das férias que lá fui passar. Escutei-a e cantei essas músicas dezenas e dezenas de vezes.
Cada música era cantada em dueto com cantores famosos da musica brasileira tais como Tom Jobim, Caetano, Chico entre vários outros.
Nas pesquisas que fiz aqui na net só encontrei um vídeo com a Nara Leão e Erasmo Carlos mas que entretanto foi removido :( Cantavam "Meu Ego".
Gostava de começar este blogue homenageando a Nara Leão por ter sido uma das primeiras cantoras que me levou a amar assim a musica brasileira. Como não encontrei vídeos originais relativos a essa cassete de áudio escolho o tema "João e Maria" com letra e intrepretação do Chico Buarque.
Mas a versão da Nara com o Chico, mais rápida e viva, pode ser escutada neste link AQUI.
Lembro-me ainda de ficar todo satisfeito por já conhecer esta música, antes dos meus amigos, quando ela apareceu numa telenovela brasileira.